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Faustão na fila do SUS como é conhecido carinhosamente o Fausto Silva, é um renomado apresentador e comunicador brasileiro. Com uma carreira televisiva de décadas, ele é famoso por seu carisma, humor e por comandar programas de entretenimento de grande sucesso, como o “Domingão do Faustão”, que o tornou uma figura icônica na TV brasileira.
O período de aguardo por um transplante cardíaco pode oscilar entre 2 e 18 meses. A ordem de espera segue uma sequência temporal, porém, outros elementos são considerados, tais como a gravidade da situação do paciente e a compatibilidade com o órgão do doador.
Mais de 65 mil pessoas estão aguardando por um transplante de órgãos, conforme dados do Ministério da Saúde, representando um dos números mais elevados dos últimos 25 anos.
Dentre esses pacientes, 386 esperam ansiosamente por um coração, de acordo com a última atualização do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) realizada em 16 de agosto.
Nesse contexto, o apresentador Fausto Silva também ingressou na lista de espera.
A sua condição de insuficiência cardíaca agravou-se no fim de semana, levando o hospital a anunciar a necessidade de um transplante cardíaco.
Embora o número de pessoas aguardando um coração seja menor em comparação com outras necessidades de transplante, a situação é especialmente crítica devido à urgência e complexidade desse procedimento.
O órgão em questão é vital para a sobrevivência e está disponível em apenas uma unidade por pessoa. No contexto de um transplante de rim, por exemplo, cerca de 37 mil indivíduos aguardam na fila. Teoricamente, a obtenção de um doador pode ser mais factível, visto que possuímos dois rins e é viável viver com apenas um.
Por outro lado, a doação de coração é uma situação mais complexa, dependendo exclusivamente da morte cerebral de outra pessoa, além de considerar critérios como peso, altura e compatibilidade sanguínea.
Apesar de a fila ser pequena em relação a outros órgãos, a urgência é maior. O transplante de coração é a última alternativa. Em geral, quem precisa de um coração não pode mais esperar.
— Paulo Pego Fernandes, médico no Hcor e professor no Instituto do Coração
supervisionada pelo Ministério da Saúde. Todas as pessoas que necessitam de um órgão aguardam sua vez nessa fila única. Vale destacar que no Brasil é ilegal tanto vender quanto adquirir órgãos humanos.
Dados do SNT mostram que, depois do rim, a fila é maior por córneas; fígado; pâncreas e rim juntos; e coração (confira no gráfico abaixo).
Lista de espera por transplante no Brasil
Levantamento separado por modalidade
De acordo com o médico Paulo Pego Fernandes, o tempo de espera pode variar entre 2 a 18 meses, dependendo da condição do paciente e da compatibilidade com o doador.
O médico explica que, embora a fila de espera seja em grande parte baseada na ordem cronológica, ela também leva em consideração uma lista de prioridades.
Isso significa que pacientes em situações mais críticas, mesmo que tenham se registrado posteriormente, podem receber prioridade.
Pacientes que estão hospitalizados e necessitam de suporte para o coração e outros órgãos têm prioridade nesse processo.
Hospitalizado por mais de quinze dias, o apresentador Faustão encontra-se, de acordo com informações do Hospital Albert Einstein, em estado crítico, requerendo cuidados intensivos, diálise e tratamentos medicamentosos para melhorar a capacidade de bombeamento de seu coração.
De acordo com dados da ABTO, no ano passado, no estado de São Paulo, 214 pacientes foram incluídos na lista de espera por um transplante de coração.
Mas lamentavelmente 43 faleceram antes de receber o órgão, resultando em uma taxa de mortalidade de 20%.
No Brasil como um todo, dentre as 432 pessoas que foram registradas na lista de espera por um coração novo, 105 (24%) infelizmente perderam suas vidas antes de conseguirem o transplante.
A mortalidade na fila varia porque todos os dias entram pessoas novas, mas os números de 2022 são altos. Precisamos conscientizar as famílias sobre as doações porque a fila parada, significa pessoas morrendo.
— Fernando Atik, cirurgião cardiovascular e diretor da ABTO
Desde o início da pandemia, o Brasil enfrenta uma situação crítica no cenário dos transplantes. Segundo um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
Que monitora essa lista desde 1998, pela primeira vez na história ultrapassou-se a marca de 50 mil pessoas aguardando por transplantes.
O presidente da ABTO, o médico especializado em transplantes Gustavo Ferreira, explica que essa situação é diretamente influenciada pela recusa das famílias em consentir com a doação de órgãos.
No entanto, ele destaca que esse número continuou crescendo durante a pandemia.
No Brasil, de acordo com a legislação, mesmo quando uma pessoa expressa sua vontade de doar órgãos em caso de morte, a decisão final pertence à família.
Portanto, não é possível assegurar de forma efetiva o cumprimento da vontade do doador.
Antes da pandemia, segundo a ABTO, a recusa era de 40% e, após a pandemia, chegou a 50%.
Na Espanha, por exemplo, a taxa é de 12%. Essa recusa nos impede de operar com a estrutura que temos no Brasil para atender a essas pessoas que aguardam uma doação e salvar vidas. A gente precisa falar sobre a doação de órgãos e conscientizar as pessoas da importância disso.
— Gustavo Ferreira, médico e presidente da ABTO
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